Compositor: Patricio Silva / Oscar Silva / Francisco Silva / Claudio Garcia / Álvaro Prieto
Morri tantas vezes
Talvez essa não seja a última vez
Algo se escurece
A luz se apaga, mas nunca vai morrer
Conheci o deserto
Quando lembro de tantos que agora não estão mais aqui
A morte é dos mortos
E tudo isso começa a soar igual
Um verso passa
Uma lâmina resgatada do passado
O silêncio se espalha
E, às vezes, é tão difícil perder
E estar assim, cavando leitos
Para os ausentes e os esquecidos
Estar assim, gritando ao vento frio
Pois quanto mais vivo, mais morro
Não posso suportar
Minha boca explode
E do meu pescoço brotam estilhaços do túmulo
Hoje é a solidão
A única capaz
De fazer surgir algum brilho dessas rachaduras
Seus peitos se abrem
Estão em toda parte
Suas vidas valem muito mais que outros corpos
Vejo uma luz em sua razão
Para chegar ao céu, basta o seu refúgio
E saber que não há parto sem dor
Para chegar ao céu, basta o seu refúgio
Para chegar ao céu, basta o seu refúgio